intervenção 1_características finais do artefacto
- Margarida Gil Pires
- 16 de jun.
- 2 min de leitura

O artefacto Menstruório apresenta-se como uma instalação em vídeo interativa, com deteção de gestos e de rosto, composta por três vídeos de animação e três sequências em stop motion. Este trabalho combina diferentes linguagens visuais e tecnologias interativas para proporcionar uma experiência imersiva que confronta o público com realidades frequentemente silenciadas sobre a menstruação.
A proposta estética baseia-se na articulação entre dois registos visuais contrastantes: por um lado, a animação digital, que representa simbolicamente os estigmas culturais associados à menstruação; por outro, o stop motion, que recorre a imagens reais manipuladas para dar forma a aspetos concretos da experiência menstrual. Esta dualidade expressiva simboliza a tensão entre o tabu social e a realidade biológica, revelando as camadas complexas que caracterizam a vivência menstrual na sociedade.
Do ponto de vista técnico, o processo de criação envolve diversas plataformas. As ilustrações foram desenvolvidas no Procreate e animadas frame a frame no Rough Animator. Paralelamente, as imagens fotográficas que compõem as sequências em stop motion foram editadas no Adobe Photoshop e tratadas posteriormente no After Effects, onde se aplicaram efeitos visuais que intensificam o impacto emocional das imagens. A montagem final, que articula as duas linguagens visuais, foi realizada no Adobe Premiere e Adobe Express. A componente interativa foi implementada no TouchDesigner, com recurso ao MediaPipe para a deteção de gestos e rosto em tempo real.
A configuração expositiva consiste numa projeção em parede, com interação feita por webcam, que capta o movimento do utilizador. A presença do rosto ativa a experiência e os gestos definidos (um dedo, dois dedos, mão aberta) permitem navegar pelas três partes do vídeo.
A estética do Menstruório é fortemente influenciada pela glitch art e por uma linguagem lo-fi, com elementos visuais de inspiração punk que procuram gerar frustração no espectador. Os distúrbios visuais, inseridos intencionalmente como interrupções na fluidez narrativa, funcionam como uma crítica direta à suposta neutralidade do digital, evocando a invisibilidade persistente das questões menstruais e a tensão entre corpo, tecnologia e discurso social.
personagens principais das animações
montagens fotográficas stop motion
Comentarios